Danny Kent – O Campeão de Chippenham
Ao conquistar o título de Moto3, Danny Kent tornou-se no primeiro britânico a sagrar-se campeão no Mundial de Motociclismo desde 1977, altura em que o mítico Barry Sheene conquistou o seu segundo cetro mundial consecutivo em 500cc. No entanto esta conquista por parte de Kent foi apenas o culminar de um longo percurso de um jovem que nasceu em Chippenham no dia 25 de novembro de 1993 a pouco mais de 154 quilómetros de Londres.
Tal como muitos jovens pilotos britânicos, Danny Kent começou o seu percurso nas mini-motos antes de ingressar no campeonato Aprilia Superteen, competição essa por onde já passaram nomes como Casey Stoner, Cal Crutchlow ou Bradley Smith.
Depois de alcançado o sucesso em ´casa´, Kent foi selecionado para a Red Bull MotoGP Academy. Em 2008 e com apenas 15 anos, o jovem britânico rumou a Espanha para competir no campeonato espanhol 125 GP, tendo terminado a competição no nono posto.
Quando a Academia da Red Bull fechou, Kent passou para a Red Bull Rookies Cup onde venceu uma corrida logo no seu ano de estreia, em 2009. No ano seguinte, o piloto de Chippenham garantiu o triunfo na primeira e última provas da época e concluiu o campeonato na segunda posição a apenas seis pontos do vencedor, Jacob Gagne.
As exibições do jovem talento de Chippenham não passaram despercebidas no paddock do Mundial de Motociclismo, pelo que no ano seguinte Danny Kent estreou-se aos 16 anos na categoria de 125cc e logo no ´seu´ Grande Prémio da Grâ-Bretanha, que teve lugar no circuito de Silverstone. Kent surgiu como piloto wild card aos comandos de uma Honda RS15R inscrita pela Aztec Grand Prix. A estreia não correu da melhor forma, pois o piloto britânico foi forçado a abandonar a prova.
No entanto, o piloto de Chippenham ainda viria a competir em cinco provas nesse mesmo ano, então substituindo Isaac Viñales ao serviço da Lambretta Reparto Corse. O melhor resultado foi um modesto 21º lugar no Grande Prémio da Austrália que teve lugar no sempre difícil traçado de Phillip Island.
Em 2011, Kent disputou pela primeira vez o Mundial de 125cc a tempo inteiro ao serviço da Red Bull Ajo Motorsport. O piloto britânico terminou o campeonato na 11º posição, tendo como melhor desempenho um quarto lugar no Grande Prémio de Espanha, em Jerez
No ano seguinte, as regras da categoria mudaram e surgiu a nova classe de Moto3. Kent continuou com a equipa de Aki Ajo e adaptou-se bem às mudanças na moto, alcançando o primeiro pódio da sua carreira na Catedral do Motociclismo, em Assen. No entanto o melhor ainda estava para vir e no Grande Prémio do Japão, em Motegi, Danny Kent alcançou o seu primeiro triunfo no Mundial de Velocidade, algo que veio a repetir na última prova da época, em Valência.
As boas prestações levaram o jovem britânico a rumar ao Moto2 no ano seguinte. A adaptação a uma nova categoria foi mais difícil do que o esperado e Kent acabou por terminar a temporada mais cedo ao fraturar a clavícula no warm-up do Grande Prémio do Japão, onde um ano antes tinha saboreado pela primeira vez o champanhe da vitória.
As dificuldades sentidas ao longo do ano fizeram com que Danny Kent regressase ao Moto3 em 2014 e novamente ao serviço da formação de Aki Ajo, onde até ao momento tinha vivido os seus melhores dias no Mundial de Motociclismo. Durante a época o piloto de Chippenham subiu por duas ocasiões ao pódio e conquistou uma pole position.
Em 2015 Kent deixou a Red Bull Ajo e decidiu abraçar o novo projeto da Leopard Racing, naquela que foi uma escolha que se revelou certeira. O jovem britânico obteve três triunfos nas primeiras quatro corridas da época, o que abriu desde muito cedo caminho para a conquista do seu primeiro título mundial, que apenas veio a garantir na última prova do ano, em Valência.