Moto2, Wayne Gardner: “O Remy já poderia estar em MotoGP”
Remy Gardner vai fazer a sexta temporada na classe intermédia em 2021, negou várias ofertas para ascender à MotoGP e depois de conquistar o seu primeiro triunfo na Moto2 em Portimão, as ofertas dobraram…
Wayne Gardner, campeão do mundo das 500 em 1987 e pai de Remy, lembra as últimas temporadas do filho, que alcançou a sua primeira vitória o ano passado no GP de Portugal numa Kalex de 2019 com as cores da Stop and Go Racing Team, terminando em sexto lugar aquela que já é a sua quinta temporada na classe intermédia.
“Colocámo-lo na Stop and Go no ano passado, e muitas promessas nos foram feitas mas que mas nunca chegaram a ser cumpridas. Por exemplo, o Remy deveria ter uma moto nova para 2020, e em vez disso, andou sempre com uma moto do ano anterior. Tivemos dois anos assim, e isto são coisas que o público não consegue ver porque tudo o que vêm é ele a correr em pista”, acrescentou Wayne Gardner.
“Agora vêm aí os tubarões…”, Wayne Gardner
“Contudo, agora as equipas querem-no, obviamente porque conseguiu a vitória na última corrida de 2020 – algo que não deveria ter feito naquela moto, mas fez”, disse Wayne Gardner sem esconder o orgulho no seu descendente.
“Agora todos querem Remy, todos estão entusiasmados com ele. Todos os ‘tubarões’ estão a começar a rodeá-lo, todos os gestores…. Toda a gente vê agora o seu potencial”.
No entanto, Remy Gardner já tinha tido ofertas para entrar no MotoGP. Em Agosto do ano passado, foi-lhe oferecida a oportunidade de correr para a KTM devido à iminente saída de Johann Zarco para a Avintia Ducati, mas Remy optou por ficar na Moto2 para ganhar mais experiência.
“Deveria ter tomado o lugar de Lecuona”
“Remy poderia já estar no MotoGP”, esclarece Wayne: “Tinha recebido uma oferta para correr na KTM no lugar de Iker Lecuona e na minha opinião deveria ter tomado esse lugar. O Hervé Poncharal queria-o porque conhece o seu talento no tempo em que correu para ele na Moto2 em 2018.”
“Mas então os resultados não apareciam e Remy pensou que ainda não estava pronto. Ele não queria ir ao MotoGP para depois as coisas complicarem-se e ter de voltar à Moto2. Quer ter oportunidade de entrar no MotoGP, e se se sair bem fica lá por muito tempo, mas se não obtiver os resultados terá de voltar ao Moto2, ou talvez até ao Moto3. Não é uma transição fácil, é uma questão de timing e de escolher a equipa certa”.
Entretanto, Remy Gardner está ansioso por outra temporada na Moto2, agora na Ajo Red Bull KTM e ao lado do espanhol Raul Fernandez.
Com a AJO a pressão será maior, terá que vencer regularmente, brigar pelo campeonato, senão a “fila anda”.
Mas acho que ele está pronto, é a hora da verdade na carreira do filho do grande Wayne!