Moto2, Pedro Acosta: “Na Moto3 tinha mais câmaras em cima de mim do que o Márquez ou Quartararo” 

Por a 2 Agosto 2023 11:39

O espanhol analisou o futuro do MotoGP do ponto de vista dos media, destacando alguns pontos críticos, nomeadamente a televisão paga.

Com uma primeira parte da época em cheio, caracterizada por quatro vitórias e seis pódios, bem como uma luta pelo título (com Tony Arbolino) que o verá presumivelmente protagonista até ao fim, Pedro Acosta está a cumprir o seu destino.

Numa entrevista recente à Speedweek.com, o piloto de Mazarron falou da sua popularidade crescente e da atenção mediática a que teve de se habituar desde o primeiro dia em que pôs os pés nos circuitos de MotoGP: “Tinha 16 anos, entrei na Moto3 e dei logo por mim com mais câmaras em cima de mim do que o Marquez ou o Quartararo. Sem tudo isso, talvez a minha experiência fosse diferente agora.”

Acosta referiu-se à dificuldade de gerir todo o mediatismo que o envolveu, reconhecendo ao mesmo tempo a sua bondade e eficácia: “No início foi difícil gerir tudo, mais do que agora. Mas nós, pilotos, temos de compreender as pessoas, podemos ser os seus heróis, temos de compreender que quando vêm a uma corrida querem fotografias e tudo. Faz parte do trabalho”.

O Campeão do Mundo de Moto3 de 2021 toma uma posição clara sobre todo o sistema em torno do MotoGP, relativamente à dificuldade de chegar ao coração das pessoas.

“Temos um problema porque em muitos países as pessoas têm de pagar para ver as corridas na televisão e isso não é bom. Quando era miúdo, lembro-me de ver as corridas na televisão à hora de almoço em todo o lado. Mesmo que não gostássemos e não estivéssemos realmente interessados em seguir a corrida, acabávamos por a ver na mesma, por isso as pessoas sabiam quem era o Dani Pedrosa, o Valentino Rossi ou o Cal Crutchlow.”

O espanhol concluiu justificando o boom de audiências que a Fórmula 1 está a ter em Espanha, apesar da presença da televisão paga, e fazendo uma comparação fascinante, embora num cenário improvável: “Como podemos dar a conhecer o MotoGP se não dermos a todos a oportunidade de o ver? Por exemplo, numa família com dois filhos, se a mãe não trabalha e só o pai trabalha, a primeira coisa que vão fazer é cortar a televisão paga. Penso que vamos passar por tempos difíceis. Penso que, há dois anos, quase ninguém via a Fórmula 1, antes do regresso de Alonso. É como se o Valentino Rossi regressasse ao MotoGP neste momento”.

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Ricardo Ferreira
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