Pela boca de Pit Beirer mais um escândalo parece estar a caminho do paddock do mundial de Moto 3. O ex-piloto alemão de motocross e actual responsável máximo desportivo da marca austríaca referiu numa entrevista à Speedweek.com que em 2015 os motores das motos da Honda no mundial de Moto3 atingiram pontualmente as 13.600rpm ao invés das 13.500rpm regulamentares.
“É verdade!” é a resposta de Beirer sobre essa violação do regulamento. “Temos alguns pilotos que este ano trocaram a Honda pela KTM e nos primeiros testes queixaram-se que o nosso limitador era implacável quando chegavam ás 13.500rpm. Com os motores Honda era mais suave diziam eles, o motor chegava ao limite com maior suavidade.”
Tudo isto levou a que a KTM pedisse aos engenheiros dessas equipas para que partilhassem a telemetria e quando a analisaram verificaram que as motos da Honda chegavam ás 13.600rpm, quebrando naturalmente as regras impostas.
“Vimos que o motor da Honda chega em potência plena ás 13.500rpm e depois reduz lentamente até ás 13.600rpm. Estudámos tudo detalhadamente e vimos que de forma permanente em quinta e sexta velocidades – quando em recta – essas 100rpm são muito benvindas. Alguns pilotos pediram-nos para o copiar mas não o faremos. Se existe um limite de rotação deve ser respeitado.”
A KTM contactou de imediato a Dorna e Corrado Cecchinello – o responsável técnico do mundial – e uma semana depois continuavam sem resposta de ambas as partes, apesar dos telefonemas feitos por Beirer que chegou a falar com Carmelo Ezpeleta e Corrado Cecchinello.
Naturalmente que algo mais se levanta em tudo isto e a pergunta que temos que fazer é: e o campeonato ganho por Danny Kent e que Miguel Oliveira perdeu? No final do ano foram apenas quatro pontos que afinal podem ter sido conquistado com a ajuda de uma quebra de regulamentos e mesmo para aqueles que poderão afirmar que 100rpm nada representam em termos de ganho de potência…as mesmas 100rpm significam o que muitas vezes vimos acontecer…as Honda a descolarem e a ultrapassar as KTM com relativa facilidade.
Recordemos também que foi a Honda que fez pressão para a Dorna descer o limite das rotações para as 13.500rpm alegando uma redução de custos, isto quando não chegavam aos ‘calcanhares’ das KTM nas pistas do mundial tanto quando o limite eram as 15.000 como quando foram as 14.000rpm. A KTM e Pit Beirer dizem que não vão contestar o resultado do campeonato 2015 mas querem que no arranque do mundial 2016 todos joguem igual.
Do nosso lado…se Miguel Oliveira era já o ‘nosso’ campeão, agora não resta mesmo margem que o melhor piloto do campeonato de 2015 afinal pode mesmo ter sido derrotado com batota.