As outras classes de GP, 27: A Aprilia RSV250

Por a 12 Fevereiro 2021 18:50

A Aprilia RSV 250 foi uma moto de corrida fabricada pela Aprilia para competir nos Grandes Prémios do Mundial de motociclismo até que uma mudança de regras terminou a classe de 2 tempos em 2010

Cara, temperamental e pontuda, o motor bicilíndrico em V a 90 graus de 249 cc da RSV atingia os 105 cv e um binário de 60 Nm

Desde a sua criação, a moto ganhou dez Campeonatos do Mundo (um como Gilera, usando motos Aprilia disfarçadas) tornando-se uma das mais bem sucedidas motos de corrida da sua categoria. Só de relance, deu títulos a Rossi, Biaggi, Harada, Poggiali e Jorge Lorenzo.

Desde a sua estreia em 1991, sofreu várias modificações e melhorias, que culminaram na última versão, a RSA 250.

De 1991 a 2007, a moto foi utilizada em duas configurações diferentes: primeiro o modelo RSV 250 original, depois o RSW 250, uma nova versão da RSV usado por equipas e pilotos de fábrica.

Cara, temperamental e pontuda, a moto foi popular pela política da Aprilia de ajudar as equipas privadas por igual consoante os resultados.

O motor bicilíndrico em V a 90 graus de 249 cc atingia os 105 cv e um binário de 60 Nm, alimentado por dois carburadores  DellOrto VHSK de 42 mm de diâmetro, ajudados por válvulas de admissão e levava a moto a mais de 240 Km/h.

Uma caixa de 6 velocidades e embraiagem seca completavam a especificação do motor.

O peso base de 100 Kg era ajudado pela seção da cauda toda em carbono e o quadro de viga de alumínio caprichosamente moldado e polido era uma obra de arte. A suspensão estava a cargo de garfos invertidos de 42 mm e de um braço oscilante moldado em alumínio atuando num mono-amortecedor central.

Outra versão chamada RSW 250 LE foi usada por equipas semi-oficiais enquanto os pilotos mais privados normalmente corriam com o modelo de produção de kit RSV 250.

Inicialmente, o sistema de travagem dianteira estava disponível com discos de carbono de 273mm ou em aço carbono de 300mm, depois a partir de 1994 a única versão utilizada foi o disco de carbono duplo, com 255 mm ou 273mm de diâmetro.

O sistema de travagem traseira era um disco de aço carbono de, inicialmente a 184mm, depois a partir de 1996 a 190mm.

Em 2007 e até 2009, a moto foi disponibilizada numa nova versão, alterada para RSA 250, caracterizada por muitos detalhes diferentes de anteriormente, incluindo um sistema de admissão revisto e a nova disposição da caixa de velocidades e um novo grupo térmico.

As medidas do quadro mudaram para usar um braço oscilante mais longo, e obter benefícios tanto na aceleração como na tração.

Outra alteração envolveu a utilização de três acelerómetros para obter mais dados para a gestão da potência e do andamento em situações de baixa adesão, a fim de acelerar o desenvolvimento da Aprilia RSV 4 que entrou no Campeonato Mundial de Superbike em 2009.

O novo motor era mais potente com uma faixa de utilização mais alargada, entre as 6.000 rpm e as 13.500 rpm para aumentar a potência máxima.

A RSA (e a versão “evolution” da RSW) foram usadas não só pela Aprilia, mas também pela Gilera e Derbi, remarcadas como tal por razões de marketing, uma vez que as três marcas pertencem ao grupo Piaggio.

Com dois Campeonatos do Mundo na classe 250 e três em MotoGP, o potencial de Jorge Lorenzo foi confirmado quando, com seis pódios e quatro pole positions terminou 4º na a sua primeira temporada no Campeonato do Mundo.

Lorenzo permaneceu com a Fortuna em 2006, embora nesse ano a equipa espanhola tenha beneficiado do apoio da fábrica de Aprilia, utilizando máquinas idênticas às oficiais de Alex de Angelis.

Enquanto o propenso a quedas de Angelis conseguiu apenas uma vitória, Lorenzo venceu o seu primeiro Campeonato do Mundo com oito vitórias em 16 partidas.

Em 2007, a Aprilia optou por não alinhar com equipa oficial, em vez disso prestando apoio de fábrica à Fortuna e a um punhado de outras equipas privadas.

A Aprilia RSW 250 aqui mostrada foi fornecida à equipa Fortuna pelo departamento de corridas do Grupo Piaggio (empresa-mãe da Aprilia) e pilotada por Jorge Lorenzo durante a temporada de 2007, carregando a placa com o número ‘1’.

Com ela, Jorge garantiu nove vitórias para conquistar o seu segundo Campeonato do Mundo na classe 250cc, batendo o segundo classificado, Andrea Dovizioso, pela margem saudável de 52 pontos.

Infelizmente para os aficionados das 2 tempos de Grande Prémio, a categoria de dois tempos só de dois tempos ‘250’ seria extinta apenas alguns anos depois, para ser substituída pela atual Moto2.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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