As outras classes de GP, 25: A Honda RS250RF

Por a 10 Fevereiro 2021 18:00

A RS250RF foi uma pura moto de Grand Prix desenvolvida pela Honda Racing Corporation em 1984 para disputar a categoria de 250cc do Mundial, um modelo de produção competição-cliente, oferecido a equipas e pilotos independentes para apoiar a classe

“Em termos competitivos, com mais de 70 cavalos e quadro dupla-viga em alumínio, a RS250 provou-se muito superior à Yamaha TZ”

Correndo contra os seus próprios modelos de fábrica, a RS250RW e a NSR250, a  Honda RS250R cliente utilizava um motor bicilíndrico em V com um ângulo  de 90 graus a dois tempos de 250 cc com o movimento dos pistões nos cilindros definido num perfeito ponto de equilíbrio primário de 90 graus. Um novo modelo com a V a 75 graus foi introduzido em 1993, mantendo as dimensões de 54 x 54,5 mm.

Entre 1984 e 2009 a RS250R foi produzida em quatro gerações diferentes, nomeadas a ND5 (1984), NF5 (1987), NX5 (1993) e NXA (2001).

A moto não deve ser confundida com a RS250RW, que foi o nome adotado para as motos de fábrica em 1985 e de 2003 a 2009.

Entre 1986 e 2002, as motos de fábrica da Honda para a classe foram chamadas NSR250, à semelhança da irmã maior NSR500.

A RS250R estreou-se como protótipo em 1984 no Campeonato All Japan, uma série doméstica que foi frequentemente usada pelas fábricas japonesas para testar e desenvolver as suas motos fábrica e futuras máquinas de corrida de competição-cliente.

Em termos competitivos, a moto foi o fim da Yamaha TZ; com mais de 70 cavalos e quadro dupla-viga em alumínio, a RS250 provou-se muito superior à moto de Ywata, apesar do lançamento do modelo N desta para colmatar alguns dos defeitos da anterior.

Pequenas modificações ao chassis melhoraram o comportamento da Yamaha, mas não conseguiam ultrapassar a inferioridade básica do motor, e ao longo de 1985 tanto a Honda como a Austríaca Rotax batiam as TZs com alguma facilidade.

O timing do lançamento da moto de produção foi fortuito, já que Freddie Spencer venceu os Campeonatos de 250cc e 500cc do Mundial nesse ano, garantindo muita procura pelo novo modelo.

Houve primeiro a ND5, que evoluiu para se tornar na NF5 com válvulas de escape ATAC em 1987. Este modelo teve pequenas mas significativas mudanças quase todos os anos, e o de 1987 era basicamente uma meia versão da vencedora de Grande Prémio NSR500 de fábrica, com indução por lamelas e um novo chassis.

Os modelos da série NF5 entre 1987 e 1992 eram animais totalmente diferentes dos modelos de 1985, com quase zero compatibilidade de partes entre os dois modelos, desde os garfos ao quadro e ao motor, como se adequava a uma réplica de corrida de fábrica, que era o que a RS250 era por essa altura.

O modelo mais antigo dos dois mostrados aqui em azul é um modelo de 1988 que foi uma atualização do ano de 1987 com melhorias importantes, como a tecnologia de escape RC em vez do ATAC.

Pesava 104 kg e debitava 76 cv, um número impressionante para uma ¼ de litro, pois dava uma potencia específica (cv por litro de cilindrada) de 304 cavalos!

A grande atualização para a série NF5 veio em 1990 como a segunda moto laranja, com um novo quadro, e o modelo continuou a evoluir produzindo mais potência até terminar nuns sólidos 82 cv às 13.000 rpm em 1992.

Nesse ano, também ganhou garfos dianteiros invertidos Showa de 41mm, admissão por lamelas maiores e tinha tubos de escape escalonados e novas carenagens.

Também usava uma roda traseira de 5,25 de 17 polegadas e monobraço na traseira (abaixo).

À medida que os modelos de fábrica se desenvolveram, a réplica também.

O desempenho do motor tornou-se mais pontudo, assim como o comportamento da série NF5, tornando-se uma arma de pista temível que logo ganhou a reputação de ser a moto a ter para quem quisesse uma oportunidade no Campeonato.

Este excecional modelo de 1988 da Honda RS250 RF é uma da duas únicas RS250 fornecidas na Europa.

Ao longo da sua época, muitos pilotos correram com ela no Mundial, como Roberto Rolfo, Doriano Romboni, Ralf Waldmann, Dominque Sarron, Patrick Igoa, Reinhold Roth, Sito Pons, Carlos Cardus, Helmut Bradl, pai do atual piloto Honda Stefan Bradl (acima), Nobuatsu Aoki e muitos outros.

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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