As mais belas motos de GP, 11: A San Venero
Muitas casas italianas artesanais deixaram uma pequena marca nos Grandes Prémios de MotoGP. É o caso de Sanvenero, com uma história muito curta que aqui recordamos
A história do Campeonato do Mundo de MotoGP está repleta de protagonistas italianos, como pilotos amadores e fabricantes artesanais. Há várias casas que chegaram à ribalta ao ganhar coroas no Mundial. Outros tentaram, sem sucesso, mas ainda assim deixaram uma marca a nível internacional.
Um exemplo é a desaparecida Sanvenero, que começa nos anos 80, com um nome derivado do seu fundador Emilio Sanvenero, empresário de construção toscano que já patrocinava a casa MBA.
O nascimento da marca remonta ao final de 1980, com o objetivo de criar duas motos para disputar o Campeonato do Mundo. Especificamente, uma 2T bicilíndrica para a categoria de 125cc, a que adicionaram depois uma tetra-cilíndrica a 2T para a classe rainha, então de 500cc.
O motor desta última inspirou-se no da Suzuki RG Gamma 500, sete vezes campeã no período de 1976 a 1982 e era, portanto um 4 em quadrado, embora com quotas diferentes das da Suzuki.
A admissão era por válvulas rotativas de cada lado do motor, onde eram também montados os carburadores, tal como na Suzuki.
Embraiagem seca, garfos Marzocchi com pinças e bombas Brembo e um grosso braço oscilante em caixa de alumínio com reforço inferior eram outros detalhes, bem como largos discos flutuantes e rodas Campagnolo.
Os cárteres foram também feitos pela Campagnolo, as cambotas pela Hoeckle alemã e os pistões pela Mahle. O habitáculo reumsia-se a um manómetro de temperatura analógico e a um conta-rotações eletrónico da Krober. De quatro motos feitas, os primeiros quadros eram Nico Bakker mas nas seguintes, o quadro era feito na própria marca.
Um toque pouco habitual era ser o quadro em aço tubular acabado a azul, em vez do mais comum negro.
A moto artesanal não demoraria muito a chegar aos Grandes Prémios, já que se estreou logo a seguir em 1981.
Em 125cc, os dois pilotos são o francês Guy Bertin e o espanhol Ricardo Tormo, enquanto em 500cc é Carlo Perugini quem traz a Sanvenero para a pista.
Na classe rainha não há resultados significativos, na verdade, os limites da moto não permitem que o italiano marque sequer pontos.
Não é assim na outra categoria em que correu a estrutura italiana: Bertin triunfou no GP das Nações, conquistando depois mais dois lugares que lhe valeram uma esplêndida sexta posição final. Por seu lado, Tormo também não se deu mal, ao acabar em oitavo no GP da Suécia, além de levar duas posições logo fora do pódio e outras duas dentro do top 10.
No ano seguinte, o fundador Sanvenero levou todos os funcionários da MBA, que tinha fechado as portas das fábrica de Sant´Angelo in Vado, para o departamento de corridas da sua empresa. Depois de uma excelente estreia mundial, os objetivos são ainda mais ambiciosos e os pilotos destacados no Campeonato do Mundo aumentam: três nomes em 125cc, nomeadamente Pier Paolo Bianchi, os confirmados Ricardo Tormo e Hugo Vignetti (mais a ocasional presença de Olivier Liégeois), enquanto em 500cc a marca alinha com o suíço Michel Frutschi e o Francês Guy Bertin.
Uma temporada de 1982 que vê todos os pilotos marcar pontos, com até alguns bem perto do topo em ambas as categorias.
Em 125cc, Bianchi acaba por ser o melhor com as cores da Sanvenero.
Em 500cc, Frutschi cuida de trazer para a casa toscana a primeira e única vitória na categoria, durante o GP de França (com muitos dos pilotos regulares ausentes, como protesto pelas condições do circuito de Nogaro).
É o primeiro sucesso de uma moto italiana depois de seis anos com a MV Agusta de Agostini, no GP da Alemanha.
A história da Sanvenero no mundial, como inicialmente referido, é muito curta. No final de 1982, de facto, o departamento de corridas da empresa toscana fechou as suas portas, cessando assim a atividade no mundial e não só.
A marca ainda competiu no Campeonato do Mundo em 1983, pois Pier Paolo Bianchi adquiriu as motos do liquidador, mas seria o canto do cisne.
Escusado ser
s motos do liquidadorez do maikr em aço acabado a azul, em vez do maiks comum negro.á dizer que as poucas San Venero produzidas são hoje apreçadas peças de colecção.