Miguel Oliveira é o 3º classificado do Campeonato do Mundo de Moto2

Por Pedro Mendes a 7 Maio 2017 18:25

Após as quatro primeiras corridas, Miguel Oliveira está no 3º lugar do Campeonato do Mundo de Moto2, uma realidade que a todos nós portugueses nos deixa em perfeita euforia.

Como é que poderíamos imaginar ou acreditar que seria possível um desempenho deste nível, numa equipa nova, se bem que já conhecida e uma moto totalmente nova?

Temos que admitir, que a passagem da Kiefer Racing para a KTM Red Bull Ajo, não foi uma decisão fácil, pois muitos riscos estariam a ser assumidos. A época de 2016 na Kiefer Leopard Racing, foi uma verdadeira desgraça, quando nada o fazia prever.

A moto tinha um quadro Kalex e os motores são idênticos para todas as equipas. Não havia na Kiefer nada que fizesse prever que as coisas correriam tão mal. Mas a verdade é que muitas foram as vezes em que a equipa não conseguia fazer evoluir os resultados ao longo do fim de semana, dando a sensação de estarem perfeitamente perdidos nas soluções de afinação. Julgo que os portugueses sofreram muito ao longo da época, assistindo a uma situação verdadeiramente medíocre que nunca melhorou ao longo da época. Ou seja no inicio, toda a equipa estava aprender, mas no fim continuavam a não ter aprendido nada, um verdadeiro desespero. Acreditamos que o Miguel deve muitas vezes ter pensado como é que sairia daquele imbróglio!

Mas depois veio a grande novidade do projecto Red Bull KTM Ajo e voltámos a ter esperança! Se bem que os riscos eram enormes. Desenvolver uma nova moto a partir do zero, não é uma tarefa fácil e muito menos garantida. Estamos a falar da KTM marca com inúmeras provas dadas a nível de competência em competição, mas quase exclusivamente na área do Off Road, que em nada se compara com a realidade das motos de pista. A experiência em Moto3, é obviamente um sucesso e a Ajo Racing é certamente uma das mais competentes equipas no mundo Moto3 e Moto2, com vários títulos mundiais conquistados. Mas mesmo assim, a probabilidade de estarem no top5, desde a primeira corrida da época, era praticamente nula.

Mas se a vida nos confronta muitas vezes com situações de dificuldade e azar, também outras vezes, nos traz uma belas surpresas como é agora o caso! Mas para que tudo corresse bem, era preciso que os pilotos estivessem á altura da missão.

E nessa matéria, felizmente, estamos perfeitamente orgulhosos pelo desempenho irrepreensível do nosso campeão!

Portanto quem é que faz frente à KTM e a Miguel Oliveira?

Bom, de facto há pelo menos uma equipa e um piloto (ou talvez dois) que vem com uma consistência invejável e que têm dominado os resultados – A Estrella Galicia 0,0 Marc VDS e Franco Morbidelli! e agora Álex Márquez.

Franco Morbidelli tem tido um inicio de época perfeitamente arrasador e obteve 3 vitórias consecutivas nas primeiras 3 provas, e uma desistência em Espanha quando liderava. Ou seja este piloto está a dominar por completo o campeonato!

A probabilidade de Morbidelli ganhar o campeonato é elevada. Mas talvez a sua maior adversidade esteja dentro da própria equipa, na pessoa de Álex Márquez, que não quer ficar para trás, a pressão familiar é elevada…

Álex Márquez tem que conseguir ser campeão este ano, e Franco Morbidelli também quer o mesmo….

Á espreita está Tom Luthi que também já lá anda há uns aninhos lá pela frente e também já não tem tanto tempo assim para esperar…Em 2007 Tom Luthi fez a primeira época na categoria intermédia( 250cc), equivalente á Moto2,, o que nos faz concluir que é um verdadeiro dinossauro com 10 anos de experiência, só nesta categoria!

Também há ainda que contar com Takaaki Nakagami que já vai na sua 6ª época de Moto2, tendo ficado em 6º lugar em 2016 e não esquecer a velha raposa suíça Dominique Aegerter que também já conta com 9 épocas completas em Moto2 e equivalentes…

Nada fácil este cenário de pretendentes ao titulo…mas como já vimos Miguel Oliveira fazer 6 pódios consecutivos em 2015, (entre os quais 4 vitorias e 2 segundos lugares) nada já nos parece impossível.

Hoje Álex Márquez deu um passo em frente, mas Morbidelli deu um passo atrás, o que nos faz perceber que nesta categoria, nada está garantido à partida!