MotoGP, Miguel Oliveira: “Houve várias coisas que me fizeram tomar outro rumo”
Em entrevista à SportTV, Miguel Oliveira falou do seu regresso no GP de Barcelona para a despedida com a Aprilia, de quão difícil foi a sua recuperação após a lesão na Indonésia, assim como do futuro com a Yamaha.
Acredito que tenha sido uma ausência difícil para ti, no sentido em que estar do lado de fora durante tanto tempo, tantas corridas, acaba por ser difícil ver tudo a acontecer sem proder estar presente…
– “Sim foi importante. Claro que uma semaninha mais, era sempre bem vinda, mas já sabiamos que, provavelmente o meu regresso seria só na última corrida. Tivemos este tempo todo a reabilitar aquilo que foi o pós-operatório de uma cirurgia de fractura de radio (osso do pulso), e pronto, estabilizamos essa fratura com uma placa, uns parafusos, e aqui estamos para ver o que pudemos fazer nesta última corrida. Fiquei com uma cicatriz e mais algumas histórias para contar, porque partir um osso na Indonésia, não é a coisa mais agradável do mundo.”
Miguel Oliveira regressou este fim de semana a Barcelona, um circuito onde já subiu ao lugar mais alto do pódio, fechando-se agora um ciclo com a Aprilia, uma vez que transita para a Pramac Yamaha em 2025.
– “Em Barcelona geralmente as coisas sempre me correram bastante bem, este ano com a nova moto foi um bocadinho mais complicado, e tanto para mim como para o Maverick (Viñales) foi mais complicado com ‘setting’, mas aproveitámos essa experiência para agora poder ajustar ainda mais a moto para a última corrida. Mas, sinceramente… não sei bem o que esperar, porque vai ser um regresso após um mês parado de andar de moto e isso faz muita diferença, sobretudo quando todos os outros adversários estiveram a competir. Pelo lado físico também, pelo que espero fazer um fim de semana onde possa andar de moto o mais possível, para poder ‘desbloquear’ também o físico.”
Na terça-feira começam, os testes de Oliveira com uma nova equipa. O luso sai da Aprilia, equipa que não o levou para a equipa principal. Terá sido esse um dos motivos para essa mudança?
“Houve várias coisas que me fizeram tomar outro rumo. Naturalmente as coisas dentro da pista têm muita influência, as coisas nos bastidores também influenciam essas decisões. Neste projecto, o facto é que a Aprilia deu uma volta muito grande na sua estrutura técnica, no seu líder técnico, e não sei se era uma trajectória onde me revia nos próximos dois anos. Por isso, a minha escolha foi embarcar num projeto que estivesse em ascenção, é difícil de perceber o progresso que uma marca japonesa tem feito, porque também tem esse lado metódico e de filosofia japonesa, porque por vezes as coisas não têm o impacto imediato que todos nós desejamos na competição, mas acredito porque a Yamaha nestas últimas corridas tem demonstrado estar em boa forma, e está claramente numa trajetória de ascenção.”
“Aquilo tinha bem claro é que queria estar num projecto que pudesse vencer, e ser tido em conta no projeto, e acredito que na Yamaha vou conseguir fazer isso. Aparte tudo isto também é fácil dar um salto para o outro lado, quando em nossa casa as coisas não estão a correr de feição… Senti da parte da Yamaha e do Paolo Campinotti (Pramac) uma grande vontade de me meter a bordo da equipa, e fazer uma boa estrutura ao meu redor para me dar o melhor material possível, e com esse ambiente que senti, as decisões tornam-se mais fáceis de tomar.” Prosseguiu o piloto de Almada.
Quanto a objetivos para o Grande Prémio Solidário de Barcelona, Miguel Oliveira vai tentar na qualificação de amanhã entrar para o Q2 e um top 5 na corrida de domingo, concretizando assim uma despedida em beleza da Aprilia. Além disso, o piloto luso vai realizar um leilão em prol das vítimas das cheias de Valência, dando assim o seu contributo solidário, doando um capacete, fato e botas.
Imagens: Gold & Goose / Red Bull Content Pool
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