MotoGP, Michael Laverty: “A diferença entre Martin e o Pecco é muito curta”
A época de 2024 de Jorge Martin no MotoGP não tem sido uma desilusão, tendo ganho dois Grandes Prémios e estando atualmente a apenas cinco pontos da liderança do campeonato. Certamente, uma das mágoas do vice-campeão mundial de 2023, é ter concluído essa temporada sem receber o convite (justo) da Ducati para subir à equipa principal da marca de Bolonha. No entanto, o piloto da Pramac não baixou os braços. Martin bateu Bagnaia duas vezes nos últimos oito Grandes Prémios, o que é nitidamente muito pouco se quiser tirar o Campeonato do Mundo das mãos do atual campeão… mas o potencial existe no madrileno.
Além disso, a diferença pontual entre os dois deve ser tida como provisória, uma vez que ainda há muito campeonato pela frente. Segundo o especialista em MotoGP da TNT Sports, o ex-piloto das SBK, Michael Laverty, essa diferença “é muito curta, porque são dois pilotos de topo. Ambos têm motos semelhantes (Ducati Desmo GP24), mas pela análise dos números, a capacidade de melhorar a moto desde o Sprint até à corrida principal tem sido a principal vantagem de Bagnaia sobre Martin.”
Em termos de objetivos, enquanto Pecco procura ser tricampeão do Mundo de MotoGP, o ‘rei dos sprints’ está à procura do primeiro título e está com muita fome de bater o italiano, antes de se mudar para a Aprilia no próximo ano – porque provavelmente, esta pode ser a sua última oportunidade para chegar ao título mundial.
“Tem sido a mesma coisa em todas as épocas”, diz Laverty. “Imaginem como Sete Gibernau se sentia todas as semanas que lutava com Valentino Rossi, da mesma forma que os adversários de Casey Stoner ou Marc Marquez. Neste momento, o Pecco está no topo, mas há que dizer que o Jorge Martin está a dar tudo por tudo. Se mudássemos as dinâmicas e colocássemos o Pecco na equipa satélite, talvez a história entre os dois fosse diferente”.
Alex Lowes, que também falou ao canal TNT Sports após o Grande Prémio da Áustria, concorda com Laverty que estar na equipa de fábrica “não é certamente uma desvantagem, […] por isso Jorge Martin está a lutar contra isso”.
Lowes disse ainda que a chave para a vitória de Martin é chegar na frente de Bagnaia cedo, para evitar que ele entre no seu ritmo e permitir que o italiano poupe os pneus – o que acontece quase sempre quando o Nº1 da Ducati se distancia dos rivais a cada domingo.
Imagens: Red Bull Content Pool