O recente anúncio da Yamaha de que está a desenvolver um motor V4 MotoGP apresenta dois caminhos muito diferentes para o fabricante japonês, que em breve terá de escolher um.
Desde que a Suzuki deixou o MotoGP no final de 2022, a Yamaha tem sido o único fabricante a usar um motor de quatro cilindros em linha, enquanto o resto da grelha usa V4s. Dada a falta de sucesso da Yamaha nos últimos anos – está sem uma vitória de qualquer tipo desde que Fabio Quartararo venceu o Grande Prémio da Alemanha de 2022 – é um ponto simples de fazer que deve fazer a mudança para um V4 o mais rápido possível.
No entanto, o diretor técnico de MotoGP da Yamaha, Max Bartolini – que se mudou da Ducati para a marca de Iwata no inverno passado – explicou que não é uma mudança tão simples como retirar um motor e substituí-lo por outro.
– “Quando pensamos no motor V4 temos de pensar não apenas no motor,” explicou Bartolini ao MotoGP.com. “Ter um motor V4 significa que temos de construir uma mota completamente diferente. Portanto, um chassis diferente, uma distribuição de peso diferente, peças diferentes na mota. Mas, de momento, não temos ideia se é mais rápida ou não. Por isso, temos de construir o motor, construir a mota, verificar se é mais rápida e depois decidir. Temos de decidir em 2025”.
Apesar do atual debate sobre o motor, Bartolini está certo de que a Yamaha pode fazer progressos a curto prazo.
“O nosso objetivo é sermos tão competitivos quanto possível.Tenho em mente ver algo melhor no final do próximo ano e estar um pouco mais perto em 2026 – isso seria maravilhoso, a melhor opção que posso imaginar. Mas temos de pensar que os outros não param de trabalhar, trabalham muito e continuam a esforçar-se muito. Por isso, não temos apenas de recuperar, temos de acelerar mais do que eles, o que torna o tempo longo.”
A outra complicação para a Yamaha no desenvolvimento de um motor V4 e na decisão se vale a pena seguir esse caminho é a proximidade da mudança de regras de 2027.
“2027 está a chegar. Em qualquer caso, não podemos continuar a desenvolver muitos projectos paralelos – consome muito tempo e esforço. Por isso, temos de decidir em breve. Vamos ficar com o pacote mais rápido, não importa qual”. Disse Bartolini.
