MotoGP, Áustria, Antevisão: Quem se chega à frente no Red Bull Ring?
Depois de uma prova em Silverstone que viu a Aprilia voltar ao topo num dos seus circuitos mais emblemáticos, é altura de ir para a Áustria e para o Red Bull Ring, circuito mais propício para Ducati e KTM. Na verdade, as últimas cinco corridas aqui realizadas foram vencidas por Ducati – KTM – Ducati – KTM – Ducati. Resta saber se será uma destas equipas a vencer no próximo fim de semana, ou se outra se chegará à frente.
Começando pelo canto vermelho, Francesco Bagnaia venceu aqui no ano passado, e, depois de uma performance em Silverstone em que esteve a lutar pela vitória, ao contrário dos seus rivais mais próximos na luta pelo título, chega como um dos favoritos. Depois de um sprint mais difícil, o italiano alargou ainda mais a sua vantagem no domingo e tem menos pressão em termos de campeonato. Jorge Martín, contudo, alcançou a sua primeira vitória na classe principal no Red Bull Ring em 2021. Na sua época de rookie, começou ambas as corridas neste circuito na pole position, vencendo a primeira e conseguindo um pódio na segunda. Em boa forma em 2023, o piloto da Pramac é o que está mais perto de Bagnaia no Mundial. Depois de perder dez pontos para Bagnaia no domingo em Silverstone, Martín deverá encarar esta ronda como uma oportunidade para reduzir a distância.
A KTM vai correr em casa e Brad Binder também já venceu neste circuito, em 2021, numa corrida em que aguentou em pista com pneus de piso seco numa pista molhada. O sul-africano quererá presentear a equipa com mais uma vitória caseira, tal como Jack Miller. A KTM tem sido rápida em 2023, sejam quais forem as condições, e, se há lugar para obter um bom resultado, é na corrida caseira da equipa. Na GASGAS, Augusto Fernández e Pol Espargaró pontuaram ambos em Silverstone, lembrando que Fernández é um dos poucos pilotos que pontuou em todas as provas desta época, com Espargaró a conseguir também um resultado positivo depois de uma longa ausência por lesão.
A RNF não corre em casa, mas um dos seus patrocinadores é também o patrocinador que dá nome ao Grande Prémio e Miguel Oliveira vem do melhor resultado do ano, com um quarto lugar, tendo saído de 16.º na grelha. O português falhou por pouco o pódio e terá expetativas altas, tendo também já vencido aqui em 2020 com a KTM. Raúl Fernández terminou no top-10 em Silverstone e vai querer continuar a evoluir. Na equipa de fábrica, Aleix Espargaró vem de uma grande vitória no Reino Unido, saindo de 12.º e vencendo com uma ultrapassagem ao campeão na última volta. Maverick Viñales também marcou presença na luta pelos lugares de topo em Silverstone, querendo agora mostrar que tal não se deveu apenas à pista. De recordar que Lorenzo Savadori vai alinhar nesta prova como wild-card.
Voltando à Ducati, Marco Bezzecchi parecia começar bem o fim de semana anterior, com uma pole position e um segundo lugar na corrida sprint. Mas depois sofreu uma queda quando perseguia Bagnaia na corrida principal, perdendo 20 pontos para o campeão e sendo também ultrapassado por Martín, mas tem possibilidade de recuperar numa pista que até é historicamente favorável aos dois primeiros do campeonato. Álex Márquez foi traído por um problema técnico no domingo, um dia depois de vencer a corrida sprint, mas já renovou contrato, chegando a Spielberg com boas expetativas. Enea Bastianini terminou o último GP no chão, mas é outro piloto que já está fisicamente recuperado depois de ter passado a primeira parte do ano lesionado. Johann Zarco e Luca Marini vão querer mais depois de um fim de semana em Silverstone em que não impressionaram ao domingo, com Fabio Di Giannantonio a tentar reduzir distâncias para os restantes colegas da Ducati.
Na Yamaha, Fabio Quartararo e Franco Morbidelli vêm de um último GP difícil, com Quartararo a qualificar-se em último à chuva e a não fazer muito melhor no sprint. No domingo, estava a recuperar bem, até que um toque em Luca Marini fez com que voltasse a perder. Quartararo esteve a lutar pela vitória aqui no ano passado e já relembrou a equipa de que está à espera de progressos na moto. Morbidelli, por seu lado, já sabe que vai embora no final do ano, mas vamos ver o que é que a Yamaha pode fazer na Áustria.
Finalmente, na Honda, já sabemos que Álex Rins vai sair no final do ano para substituir Morbidelli na Yamaha, faltando saber quando é que Rins se vai voltar a juntar a Takaaki Nakagami esta época na LCR, com Iker Lecuona a voltar a substituir o seu lesionado compatriota. Na equipa de fábrica, Marc Márquez preferiu andar atrás de Joan Mir na corrida sprint para ver como se comportava a moto. No domingo, o 93 caiu, mas encontrou pontos positivos no fim de semana. O espanhol parece ter mudado a abordagem, preferindo acumular quilómetros e informação para perceber aquilo que é preciso para voltar aos tempos de glória.