SBK 2020: Impressões de Colom, manager da Honda HRC

Por a 1 Abril 2020 15:00

Jaume Colom, team manager da Honda HRC, acredita que quando as SBK retomarem, o espetáculo será tão bom como a prova de abertura da temporada.

O gestor também falou do desenvolvimento da nova CBR1000RR-R numa curta entrevista.

A chegada da equipa da HRC ao Mundial de Superbike 2020 tem sido emocionante, embora, por enquanto, como tudo o resto, tenha sido interrompida pela pandemia Covid-19.

Jaume Colom, team manager do fabricante japonês nas SBK e com uma vasta experiência em paddocks de motociclismo, está procurando devolver a moto da HRC para ser capaz de andar à frente do pelotão das SBK. Da situação atual ao elevado nível de competição em 2020, Colom não deixa nada or dizer.

Jaume, um novo projeto traz sempre novas variáveis, mas a pandemia COVID-19 é uma situação que era completamente imprevisível…

“Esta situação que estamos a viver é algo totalmente inesperado e ainda não é claro como irá evoluir. Nunca experimentámos nada assim. Obviamente, o mais importante agora é a saúde das pessoas, das famílias que estão a passar um mau bocado e, por conseguinte, o aspeto desportivo fica para trás. Tudo tem que voltar ao normal. Quando o COVID-19 for erradicado e a situação estabilizar, poderemos retomar as atividades desportivas em todo o mundo e falar sobre o reinício e o calendário.”

Que sentimentos têm os pilotos transmitido sobre a situação e o confinamento domiciliário?

“Bem, o Álvaro está confinado em casa por mais dias e não pode praticar qualquer atividade ao ar livre. Leon teve um pouco mais de tempo, porque as restrições no Reino Unido só começaram um pouco mais tarde, mas agora também está em casa. Normalmente, combinavam diferentes atividades para impedir que os seus preparativos fossem demasiado monótonos, mas agora passaram a fazer apenas as rotinas que podem ser praticadas em casa, sem ginásio exterior, motocross ou BTT. Isto está certamente a causar alguma ansiedade e, se permanecer assim por algum tempo, também pode ser stressante.”

Como é que este hiato está a afetar a equipa e os planos de desenvolvimento para o projeto Honda?

“Sabíamos que o início não seria fácil. A nível logístico, começámos do zero, a partir das coisas mais básicas, passando por todo o material, ferramentas e pessoal. Isto requer muitas horas e muito trabalho. Estou muito entusiasmado com o projeto, mas temos de esperar que a situação atual melhore e possamos recuperar a vida normal e o trabalho.

Do lado desportivo, as circunstâncias atuais afetam-nos muito, porque o que precisamos são de horas de treino e de estar na pista. O trabalho continua no Japão, mas com a moto e o seu desenvolvimento, não podemos fazer nada. Como digo, na HRC a atividade continuou, mas trabalhar no escritório não é o mesmo que trabalhar na pista. Todos os dados que obtivemos da Austrália foram analisados – o que nos ajudaria agora é continuar a andar de moto.”

 

Como classifica o seu primeiro fim-de-semana de corrida?

“Ter dois pilotos muito experientes foi uma vantagem para nós. É algo que também ajuda muito a preparar a moto. Fomos para a Austrália sem saber a que nível estaríamos, não conseguimos fazer muito nos testes de pré-temporada devido às más condições meteorológicas. Gostaríamos de ter treinado mais e ter chegado à Austrália com uma moto mais desenvolvida. Não foi o caso, e deixámos Phillip Island com um sabor agridoce…”

Que aspetos realçaria das primeiras corridas?

“Por um lado, vimos que estávamos relativamente perto dos melhores pilotos. Os tempos de Leon e Álvaro provaram isso. Mas devido a uma coisa ou outra, os resultados da corrida deixaram-nos a querer mais… O positivo é que vimos que temos muito potencial. A velocidade e a potência máxima da moto são muito boas, mas outras coisas precisam de ser ajustadas: chassis, suspensões. Pelo que pudemos ver na Austrália, não estamos longe das outras motos, por isso, quando pudermos continuar a trabalhar e desenvolver a moto, a nossa intenção é chegar ao topo o mais rápido possível.”

A equipa ou a HRC estabeleceram um prazo para obter melhores resultados?

“Não foi definido nenhum timing, mas obviamente estamos todos aqui para ganhar, ou pelo menos para tentar ganhar. Há esperança e desejo, se conseguirmos vencer na nossa segunda corrida, não vamos esperar pela quarta. Temos de encaixar todas as peças, do lado pessoal, técnico e organizacional. Não estabelecemos um prazo, dizendo que “a partir da quinta jornada temos de ganhar”, mas todos nos pressionamos a dar o máximo possível.”

Espera o mesmo nível de competitividade das corridas que vimos em Phillip Island quando a temporada recomeçar?

“Acho que vamos continuar a ter o espetáculo que vimos na Austrália. A rutura afeta-nos a todos, por isso, quando voltarmos a competir, podemos esperar muitas corridas como as que vimos lá. Isto seria bom para os fãs, se pudéssemos continuar a ver esse nível e esse pico de emoção em todas as corridas. Ter seis, sete ou oito pilotos a chegar à meta no mesmo segundo é a melhor coisa que pode acontecer ao motociclismo!”

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