Moto2 começa uma nova era no Qatar – Previsão

Por a 6 Março 2019 15:00

Novas caras, pilotos regressados, e uma nova parceria com a Triumph para motores maiores e mais potentes significam que tudo vai mudar para 2019 na Categoria intermédia do Mundial, a Moto2.

Armados apenas com os conhecimentos adquiridos num par de testes pré-época, os chefes técnicos das principais equipas enfrentam uma missão espinhosa, especialmente ao começar a época numa das corridas com mais particularidades em termos de traçado, o Qatar.

Lowes foi dos mais rápidos pré-epoca

Para começar, a prova organizada no circuito de Losail é a única disputada à noite, sob holofotes, e mesmo assim com muito calor. Depois, a natureza do traçado, muito plano e sujeito a depositar areias que sopram do deserto, facilmente cria problemas de aderência que têm de ser temperados com afinações precisas ao estilo de cada piloto.

Na Moto2, a chegada do Motor de controlo da marca britânica Triumph vem colocar outra incógnita nos procedimentos, dificultando ainda mais previsões. Para já, com Bagnaia e Oliveira, os dois principais da categoria, a terem transitado para o MotoGP, as folhas de tempos mostram um campo muito equilibrado, com vários pilotos muito próximos ao cronómetro e alguns a poder fazer a surpresa no dia.

Binder seria, à partida, o candidato lógico

Se por exemplo, Binder (KTM Red Bull Ajo) e Lowes (kTM Federal Oil Gresini), foram sempre dos mais rápidos, houve sessões em que de repente, gente como o Suiço Marcel Schrotter (Dynavolt Intact GP) ou o Australiano Remy Gardner andaram à frente. Isto para nem falar dos poderes estabelecidos como Alex Marquez (EG 0,0 Marc VDS), Luca Marini ou o experiente Lorenzo Baldassarri (Flexbox HP 40) que sempre surgiu de repente à frente quando menos se esperava. Depois, há o regressado Tom Luthi, um piloto cerebral e que se guarda para o fim das corridas quando sente que tem o bom ritmo, ajudado pela capacidade de manter os pneus até ao fim.

Bezzecchi é apenas um dum exército de rookies

E nunca podemos descontar os rookies, com entre eles, talvez o maior candidato a glória, o Campeão da Moto3 Jorge Martin (KTM Red Bull Ajo), que regressou de convalescença sem que isso pareça ter afetado o seu ritmo ou capacidade de aprender uma moto e categoria nova. Com ele, vieram da classe mais pequena igualmente Fabio Di Giannantonio (+Ego Speed Up), Marco Bezzecchi e Philipp Öttl (KTM Red Bull Tech3), Enea Bastianini (Kalex Italtrans Racing) e Nicolo Bulega (Kalex Sky VR46). Porventura, por nunca terem andado na geração anterior de motor Honda, e não fazerem portanto comparações na cabeça, serão estes os mais capacitados para fazer a surpresa…

Igualmente, há um novo chassis em jogo com a entrada da MV Agusta de Dominique Aegerter (Idealavoro Forward Racing) e Stenfano Manzi, perfazendo um total de 5 construtores em jogo. Adicionem os possíveis Jake Dixon (Angel Nieto Team), um vencedor no Britânico de SBK, ou Dimas Ekky Pratama e Somkiat Chantra da Honda Idemitsu Team Asia e temos quase um terço da grelha a competir pelo título de Rookie do ano.

É verdade que a época é longa e o resultado no Qatar, por muito surpreendente que venha a ser, poderá não ter muita influência nas contas finais, primeiro milho e isso tudo.. mas quando o semáforo se apagar em Losail no Domingo 10 de Março pelas 14:20 de Portugal, não tenham dúvidas de que o que estaremos a ver é história a ser escrita…

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Paulo Araújo
Jornalista especialista de velocidade, MotoGP e SBK com mais de 36 anos de atividade, incluindo Imprensa, Radio e TV e trabalhos publicados no Reino Unido, Irlanda, Grécia, Canadá e Brasil além de Portugal
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